Frases da literatura manauara em homenagem ao Dia da Amazônia: um chamado à preservação do amanhã

A literatura manauara ou amazonense é marcada por uma escrita da natureza que emaranha em suas linhas questões universais e ribeirinhas saídas de um mesmo chão. O chão da floresta. E ela, a floresta Amazônica, com toda a sua exuberância, figura orgulhosa no traçado de seus filhos ilustres e é parte integrante dos personagens que ganham vida em suas narrativas. Para comemorar o Dia da Amazônia, neste 5 de setembro, nós, do Frases de livro, elaboramos uma lista com 18 frases selecionadas de escritores manauaras e da região Amazônica, que ganharam o Brasil e o mundo, com sua prosa. A data comemorativa traz em seu bojo o espírito festivo e as raízes culturais da terra do boi-bumbá, mas também um alerta. Um chamado à preservação cultural amazônica, do meio ambiente, do modo de vida das populações originárias locais e também da humanidade, como um todo. Afinal, a floresta é a casa da maior biodiversidade do planeta.

Confira as frases:

“[…] sem dar um mergulho nos igarapés, nem mesmo aos domingos, quando os manauaras saem ao sol e a cidade se concilia com o Rio Negro.”

Milton Hatoum 

Dois irmãos, p 21  

“Esse gêmeo tem olhão de boto; se deixar, ele leva todo mundo para o fundo do rio.”

Milton Hatoum 

Dois irmãos, p 21  

“A esperança e a amargura… são parecidas.”

Milton Hatoum 

Dois irmãos, p 24 

“A bruma não lhe é familiar, o silvo de serpente é que o tranquiliza.”

Márcio Souza 

Mad Maria, p 6

“Tudo o que lhe vinha na cabeça sempre era esta sensação de estar deslocado no tempo.”

Márcio Souza 

Mad Maria, p 5

“E as tragédias nem eram mesmo trágicas, eram casualidades, acidentes de trabalho, infortúnios congelados na cadeia do prosaico.”

Márcio Souza 

Mad Maria, p 2

“Uma vida que somente tinha sido relevante porque vivida numa terra irrelevante.”

Márcio Souza 

Galvez – o imperador do Acre, p 14

“O ACRE era rico de belos espécimes de hevea-brasiliensis e viveria por muitos anos sob o signo dos equívocos.”

Márcio Souza 

Galvez – o imperador do Acre, p 15

“É que a gente acredita que todos os seres da natureza têm um espírito que os protege e a nós também.”

Daniel Munduruku 

Kabá-Darebu, p 16

“Nossos pais nos ensinam a fazer silêncio para ouvir os sons da natureza; […] a olhar, a conversar e a ouvir o que o rio tem para nos contar.”

Daniel Munduruku 

Kabá-Darebu, p 18

“Só há um tempo: o agora. Tempo de chegar, tempo de ir embora. Quem vive seu tempo, faz história.”

Daniel Munduruku 

O homem que roubava horas, p 27

“O monstro virá e destruirá nossa memória e nossos caminhos. Tudo será revirado: as águas, a terra, […] os lugares sagrados. Tudo.”

Daniel Munduruku 

Karaíba, uma história do pré-Brasil, p 8

“Quem fala tudo de uma vez não ensina ninguém a ouvir.”

Daniel Munduruku 

O segredo da chuva, p 10

“Crescer […] é ficar forte por dentro, é saber a força que a gente tem. Quem cresce apenas no tamanho continua pequeno.”

Daniel Munduruku 

O segredo da chuva, p 10

“Dizem os velhos Tembé que, no tempo em que os animais falavam, seu povo não sabia plantar mandioca.”

Daniel Munduruku 

Como surgiu, p 9

“Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras.”

Thiago de Mello  

Os estatutos do homem, com tradução de Pablo Neruda, p 23

“Fica decretado que a maior dor sempre foi e será não poder dar amor a quem se ama, e saber que é a água que d'”

Thiago de Mello  

Os estatutos do homem, com tradução de Pablo Neruda, p 35

“Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.”

Thiago de Mello  

Os estatutos do homem, com tradução de Pablo Neruda, p 39