Escrever para as “mulheres” ?! Que difícil. Como nos fazer caber na simplificação deste termo: mulheres? Somos tantas… É possível colocar a todas em uma caixinha que nos caiba? Foi exatamente isso que tentaram fazer conosco ao longo de toda a história da humanidade, não foi? Foi. E falharam. Nos despedaçamos pelo caminho. Mas falharam. Não. Não cabemos em uma simplificação como essa. Não. Não quero que falem comigo, como se falassem com todas nós. Alguém aí quer? Pode querer. Também é válido. Afinal, não somos todas iguais, não somos todas “mulheres”, somos: MULHER, cada uma a seu modo. E que no Dia Internacional da Mulher, possamos estar vivas e ser, pensar e estar no mundo, do jeito que cada uma desejar.
E pode soar uma intenção estranha, desejar, em primeiro lugar, a cada mulher, no seu dia, o direito à vida. No entanto, nada poderia ser mais legítimo. Uma vez que, esse direito está longe de ser assegurado e que, enquanto escrevo esse texto, infelizmente, mais de uma mulher está sendo morta. Isso, segundo dados do último relatório da ONU Mulheres e do UNODC sobre Feminícidios, de 2023, a cada 10 minutos uma mulher ou menina é morta, vítima de seu parceiro ou alguém do seu círculo mais íntimo de convivência. E ainda há quem questione a necessidade de um Dia Internacional da Mulher…
… nem vou entrar neste mérito. Infelizmente, o Dia Internacional da Mulher ainda é necessário. E, mais do que a data, a discussão que ela nos traz sobre as questões de gênero de nossa sociedade. E essa não é uma discussão de mulher para mulher. Nem poderia. Essa é uma discussão para todos os gêneros. Que envolve todos os gêneros. Que afeta a todos os gêneros. A escritora e feminista nigeriana, Chimamanda Ngozi Adichie, uma das principais vozes anglófonas da atualidade, em seu livro Sejamos todos feministas, nos convida a este debate:
“A meu ver, feminista é o homem ou a mulher que diz: “Sim, existe um problema de gênero ainda hoje e temos que resolvê-lo, temos que melhorar.” O debate sobre gênero não é fácil. Mas é necessário! E antes de qualquer debate, é preciso se inteirar a respeito do tema. Então, fica aqui o nosso convite para você conhecer um pouco mais sobre a obra de Chimamanda e sua visão feminista de mundo. Segue uma seleção de frases da obra da autora:
“O modo como criamos nossos filhos homens é nocivo: nossa definição de masculinidade é muito estreita.”
Chimamanda Ngozi Adichie
Sejamos todos feministas, p 12
“O problema da questão de gênero é que ela prescreve como devemos ser em vez de reconhecer como somos.”
Chimamanda Ngozi Adichie
Sejamos todos feministas, p 16
“Seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem realmente somos, se não tivéssemos o peso das expectativas do gênero.”
Chimamanda Ngozi Adichie
Sejamos todos feministas, p 16
“Decidi parar de me desculpar por ser feminina. E quero ser respeitada por minha feminilidade.”
Chimamanda Ngozi Adichie
Sejamos todos feministas, p 18
“O “olhar masculino”, como determinante das escolhas da minha vida, não me interessa.”
Chimamanda Ngozi Adichie
Sejamos todos feministas, p 18
“A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura.”
Chimamanda Ngozi Adichie
Sejamos todos feministas, p 21
“Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que mudar nossa cultura.”
Chimamanda Ngozi Adichie
Sejamos todos feministas, p 21
“[…] o homem que se sente intimidado por mim é exatamente o tipo de homem por quem não me interesso.”
Chimamanda Ngozi Adichie
Sejamos todos feministas, p 13
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